sábado, 24 de setembro de 2011

Vitrola?Vitrola!!!Heeeein?

Tenho a música como uma das principais artérias do meu corpo.Na alma,digo que ela fica na bainha.Acho que respirar música me faz uma pessoa mais feliz.Meu pai foi diretor da rádio Difurosa logo da sua fundação.Então ele ganhava muitos discos dos mais variados quilates de artista.Ia estocando os bolachões em casa,empilhando muitos deles intactos.Sem ao menos uma passada de vista.Ficava pra mim este prazer.Lembro de muito miudinha mesmo...3,4 anos colocando com todo cuidado os discos na radiola.Adorava saber que a agulha era de diamante.Me achava importante por isso.Vá entender!(risos).Aqueles que não me agradavam iam pro fundo...pros meus fundos!Eu sentava neles e rodava até ficar tonta e eles não prestarem mais pra nada!(mais risos).Cansei de receber agudíssimos gritos de mamãe: "Larissa Maria!!!Pára com isso,menina!Eu gostava tanto deste disco"!Pois é...divergências musicais!

O tempo foi passando e eu virando tonel de canções.Quanto mais velhas mais saborosas.Passei a ter um respeito desmedido pelas melodias,harmonias,notas,tons e todas as mais variadas sensações que elas me apresentavam e apresentam.Se ela fosse palpável pediria sua bênção diariamente.

Na infância já era muito fã de Vinícius de Moraes, Toquinho, Maria Bethânia, Roberto Carlos, João Bosco.Tom Jobim era meu xodó. Enquanto muitas crianças sonhavam em conhecer a Disney,meu grande e único sonho era conhecer Tom Jobim. Ele foi minha primeira grande perda na vida. A sua partida foi a certeza da não realização de um sonho, vivesse quanto tempo eu vivesse.

Compartilhando canções,fiz grandes e verdadeiras amizades.Foi desta forma que conheci um ex-noivo (alguém que sempre será muito importante pra mim).Fazíamos uma espécie de dueto.Ele escrevendo o apontamento no quadro e eu na cadeira da frente copiando e atenta à minha parte que seria a próxima(Sorte).

Mas tão bom quanto partilhar sons é ser apresentada a eles.O antigo me agrada,mas o atual também me atrai muito. Lembro que conheci Legião Urbana na época do apenas Andreas numa turma liderada por Aislan, que ainda hoje canta as mesmas músicas em bares da cidade. Pouco depois chegou a vez de Lulu Santos com seu hit "como uma onda no mar".Na mesma época Rayssa Medeiros apresentou "Happy Hour"(fofa) cantada por Netinho da Bahia. Paralelo às "aquisições" fui me aprofundando no que crescia comigo:Luiz Gonzaga,Charles Aznavour,Amália Rodrigues,Júlio Iglesias,Trio Los Panchos,Chico Buarque, Jorge Ben,Gilberto Gil,Caetano,Nelson Gonçalves,Miltinho,Noite Ilustrada,Benito de Paula,Clara Nunes, Gozaguinha,Martinho da Vila,Moraes Moreira,dentre tantos outros maravilhosos.Teve muita banda Reflexu's e Luiz Caldas também.

A universidade foi o ápice do conhecimento musical alternativo e regional:Narguilê Hidromecânico e suas miniaturas alopradas,Mano Crispim,Teófilo,Banda Acesso,Eita Piula. A turma era o diferencial do momento.Alegria,alegria!Michele Sales discutia a letra das músicas.Acho que ainda hoje faz isso.Em meio a questionamentos sobre a intenção da frase foi que me encantei por Los Hermanos.Sempre que escuto lembro dela,da Guria e da Juliana.Nós:quatro malucas na sala do apartamento no Residencial Monte Castelo,som no mundo,luzes apagadas,sofás afastados e a gente virando bicho!Cantando da altura que nossas gargantas aguentavam!Inesquecível!Michele também apresentou Vanessa da Mata e um cd maravilhoso da Rita Lee cantando Beatles!

Recentemente,na estrada,depois de mandar passar umas 20 músicas de um cd de MPB e o motorista já estar puto,Silva mandou o condutor botar o cd Baião de Dois, de Carlinhos Veloz e César Nascimento.Grande ganho!Até o motorista se animou!rs.

E é assim!A música é meu ar,minha água. Chega a ser pré-requesito pra começar uma amizade. Sério!(riso esticado) Pessoas especiais viram canções em mim e eu espero continuar cantando e me aprofundando e conhecendo cada vez mais sobre esta arte que possui chave mestra  da alma.

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