quinta-feira, 25 de outubro de 2018

De vocês, não esqueço jamais






Obs: Ler ouvindo esta aqui: https://www.youtube.com/watch?v=JO_t1soHbYE
                            


Hoje é quinta-feira. Dia de #tbt; aquela hashtag utilizada pelos usuários de redes sociais para marcar fotos que simbolizam uma saudade. 

A minha lembrança de hoje percorreu 16 anos até chegar aqui. Ela desceu do ônibus em frente à Universidade Estadual do Piauí (UESPI) cheia de sonhos e inocência. Aqueles olhos guardavam um brilho que transbordava um pouco a cada passo dado para dentro do que seria o grande marco da sua vida. Mas ela ainda não sabia disso.

Num determinado momento, seu brilho juntou-se a outros tantos. Aquilo parecia o céu do sertão de tão estrelado. Coisa mais linda de se ver!

Foram quatro anos muito bem vividos. Dias felizes, tristes, de ombro para acomodar uma ou outra estrelinha. As farras mais sem fundamento do universo. Era chegar em casa às 6h e às 8h estar batendo ponto no trabalho. Várias vezes! Muitos sorrisos! Os melhores da vida! A descoberta de tesouros, em forma de aprendizado, que levamos dentro de nós até hoje e para sempre.

Crescemos! Vencemos! Guardo um orgulho imenso de cada um, de cada uma que dividiu aquela sala meio escura  e de ventiladores rebolantes com esta lembrança que aportou hoje em meus olhos!

 De vocês, não esqueço jamais!




























quinta-feira, 26 de julho de 2018

Uma certa garota dinamarquesa



Passei por um pequeno procedimento cirúrgico na quarta. Os três dias seguintes, de molho em casa. Fui às séries. Já entediada, dei uma olhada no que tinha de filme interessante que eu ainda não tivesse visto. Eis que “A garota dinamarquesa”! Kom igen !

Assisti e me senti como aqueles casais que se perguntam “Como não te encontrei antes?”. Que beleza de filme! Como não consultei informações prévias, o vi com olhos nus. Um despetalar suave cena após cena.

O filme é baseado em fatos e a história original se passou entre os anos 20 e 30, em Copenhagen, na Dinamarca. Um famoso pintor (Einar Wegener) casado com a também pintora, Gerda Wegener, começa a ver em si o desejo de ser mulher; algo reprimido desde a infância e que voltou a ganhar vida quando sua esposa pediu que o marido pusesse meias e vestido para que ela terminasse uma pintura.

Bem, Einar tocou o tecido daquele vestido e o deslizar de seus dedos pela seda em corte feminino lhe trouxesse à tona quem realmente era. A partir daí muitas surpresas e diálogos formidáveis. Não se preocupem. Evitarei spoiler (rs).

Inevitável não fazer um comparativo com o que vivemos quase um século depois daquela história se passar, no referente ao preconceito, à homofobia e à violência contra todos que fazem parte do universo libertador LGBT.  Os sentimentos de Lili, precursora na cirurgia de mudança de sexo, são os mesmos sentimentos de muitos nos dias atuais.

É muito incompreensível ver quão pouco avançamos em quase cem anos.  O quanto ainda se importam com quem se dorme, se são dois homens ou duas mulheres, ou uma mulher que se sente homem casado com um homem que se sente mulher.

E os sentimentos das pessoas? E o respeito pelo que se é? Por que não se preocupar se o outro está feliz, ao invés de apontar o dedo sem direito algum? Como se consegue não evoluir? Como se involui diariamente sem nenhum pudor? Aquele suspiro desbotado...

Daí uma pausa para refletir e também aplaudir o talento de Alicia Vikander (Gerda) que, neste filme, está a cara da Sophie Charlotte (comentário que não enriquece, mas quis fazer com vocês..rs). Ela deu um banho de interpretação! Como abrilhantou aquelas duas horas! Sem dúvida a carga dramática que nos acomete vem muito por conta de sua habilidade e expressividade. Nossa!

O filme valeu muito o meu tempo. Talvez valha o seu também. Se ainda não assistiu, vai lá. Está na netflix.






quarta-feira, 4 de julho de 2018

Respeite seus machucados


 
*Cheguei de viagem com uma inquietação dentro de mim. Concluí meu trabalho, peguei o fone, coloquei Adele e vim aliviar meu peito agora com vocês. Espero que gostem.

O papo de hoje é reto. Precisamos passar a respeitar, reverenciar as nossas dores, os tombos que levamos na vida. Lembra daquele fundo do poço que todo mundo um dia chega e acha que nunca vai conseguir sair? Então, zamures. A gente consegue sair dele, sim. Ainda que seja com os pezinhos despelados, suportamos passar sobre a brasa e seguir sarando dia após dia até um dia olharmos para trás e entender que somos mais forte que o próprio fogo, porque ele vira cinza e nós nos refazemos.

E todos os muros que ultrapassamos a duras penas, e toda aquela imensa escalada concluída mesmo quando se tem medo de altura... foi tudo isso o que nos tornou quem somos. Mas levantar, muitas vezes, nos custou muito caro e, também por isso, somos caros, valiosos, especiais. Sobreviventes refeitos numa modelagem muito mais além e digna de admiração.

Não somos melhores que os outros, mas cada um tem o seu grande valor. E chegar até onde chegamos nos obriga a nos proteger de tudo ou qualquer coisa que nos faça duvidar sobre quem somos.  É fundamental enxergarmos nossas falhas, mas, sobretudo, nossas vitórias e o caminho percorrido.

Me incomoda quando isso acontece comigo. Me deixa louca quando vejo acontecer com alguém querido. Pessoas super inteligentes, fortes, guerreiras, mas que, por algum motivo, as vejo (me incluo) vulneráveis e esquecem de olhar para trás e ver o quanto já foi conquistado.

Tão bom sorrir leve, abraçar de verdade, dançar pelo meio da rua, fazer careta pra arrancar o sorriso de alguém, acordar e ver que a vida continua toda faceira. Nada no mundo tem o direito de mexer com nossa paz. Nada.

Ai, gente! Bora lá! Vamos nos olhar dentro e nos impormos. Não aceitar qualquer coisa, qualquer situação, seja pelo motivo que for. Respeitemos nossos machucados! É um exercício diário e pra vida toda, mas muito recompensador.



terça-feira, 26 de junho de 2018

AS BENDITAS BEIRADAS



Ai, gente! Seguinte... Super envergonhada, mas faz um super tempo que penso em escrever sobre uma coisa que eu já vivenciei algumas vezes e várias amigas e desconhecidas também. As mulheres, passamos por isso, geralmente, quando rola aquela cervejinha a mais ou quando surge apenas uma vontade absurda de fazer pips.

Já vi garotas saindo dos banheiros com a calça molhada até o meio da canela e também aquelas de vestidinho se enxugando entre as coxas, com o rosto todo corado e achando, sonhando que ninguém percebeu. Sem falar na neura com o cheiro que os outros poderiam detectar.

Estou falando de quando vamos fazer pips e, do nada, ele escorre pela caralha da coxa e por mais que a gente mire no vaso, ele insiste em descer pernas abaixo por uns caminhos totalmente controversos. Que raiva!!! 1 x 0 para o xixi malandrinho. Caí nesta pegadinha muitas vezes e vi que, em mais um ponto, os homens têm vantagem sobre o sexo feminino. Pingam na borda do vaso por demência. Ter uma mangueirinha e poder apontar pra onde o xixi deve cair é uma bênção.

Algumas vezes pensei que isso acontecia, porque tinha muito álcool na cabeça e faltava equilíbrio, mas não! Plena dez da manhã, no meio do horário do expediente, toda fofinha, engomadinha, cheirosa, maquiada, salto alto. Porém a vontade de secar a bexiga chegava a ser maior que a necessidade de respirar (rs) e lá estava ele, mais uma vez, escorrendo. Um certo dia, prometi pra mim mesma que isso jamais voltaria a acontecer eu estando sóbria ou não.

Foi quando coloquei a cuca pra funcionar mais um pouco e entendi que aquele “derrame” só acontecia quando as benditas beiradas da pepeca estavam grudadinhas uma na outra. Então, o conselho que deixo é: manas, ao fazer pips, desapreguem as beiradas e sairão sequinhas. No máximo, o último pingo, que sempre será na calcinha.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Fazendo biquinho!


Estava hoje na praia e comecei a observar os seios. Vários deles. Tamanhos, cores, formatos, naturais, colocados pelos semideuses da plástica, novos ou nem tanto. E a pergunta que não quer mamar...ops...calar. Quantas histórias existem por trás de um seio?

Ele pode ter mais de 20 anos e ainda assim ser miudinho, porém muito conhecido. Ou então alguma temporada a mais e carregarem em si o atestado da lei da gravidade. Quem sabe estrias, veias coloridas e bicos que já foram mordiscados, lambidos, chupados de prazer ou para saciar a fome de um “serzinho”?

Quanta vaidade cabe em um par de peitos? Sejam eles grandes, pequenos, claros, escuros, duros ou flácidos; eles são grandes aliados das mulheres e, por consequência, dos homens também. Existe muito deleite por ali.

E o que há por trás do não peito? Um misto de sentimentos. A falta deles nem sempre é uma opção, como o caso de quem opta por mudar de sexo.  Às vezes, a única opção é se manter viva ainda que sem um ou os dois, ou apenas parte deles. Nesta hora muita coisa entra em jogo. É quando se vê o quão importante são aqueles que passam a maior parte do dia escondidos, esquecidos debaixo de um sutiã, que fica por debaixo de uma outra peça de roupa.

Tem ainda alguns do sexo masculino que o incluem em seu corpitcho na busca por curvas femininas.  Parabéns para quem faz isso com responsabilidade, principalmente consigo mesmo. Os seios são mesmo demais! Eles são incríveis! Dão tesão realmente e todos podem ter, desde que não ponha em risco a saúde.

Ah,gente! Vamos amar mais os seios! Que tal darmos mais atenção a esta parte do nosso corpo que nos deixa mais sexy e nos dá imenso prazer quando tocados com jeitinho.

Mulheres, passem a se conhecer melhor e toquem-se. Câncer de mama tem grande chance de cura quando descoberto cedo.

Béshas, por favor, parem de usar silicone industrial. Seu brilho feminino pode e deve durar muito mais que alguns meses.  

E, por fim, sejamos todos amigos do peito.




domingo, 4 de fevereiro de 2018

Sobre ir às nuvens como as raízes de um jequitibá


Depois de longa temporada longe daqui, venho para falar sobre sentir o chão nos pés, bem firmes. Já dependi menos desta parte do planeta. Era mais ar, mais fluida. Brincava com o flutuar. Pra quê chão quando se tem as nuvens? Então...Hoje, o meu sonhar percorre suas léguas em estradas comuns, onde a lei da gravidade opera com perfeição.

Às vezes, a vida ou os outros nos roubam este chão. Também cometemos isto com os outros. Por melhor que tentemos ser, um dia arrancamos o solo de alguém. Parece uma fase do jogo da vida que todos temos de passar, mesmo que não queiramos machucar. E o pior: sem dó, nem piedade, ainda que sintamos muito a ponto de sangrar. Se ainda não fez isso, eu garanto que seu dia de espetar um coração chegará. E, talvez, doa mais em você que no outro. Já estive dos dois lados e, por isso, prezo tanto pelos meus pezinhos, tamanho 36, bem firmes no chão.

Outro dia entrei no mar e fui indo, indo, indo, cada vez mais adentrando. Água já no queixo e também na pontinha dos pés. Mas continuei indo. Veio uma onda e, não me pergunte por que, engoli água, salgou minhas narinas bem dentrão. Horrível. O pior de tudo foi que no pós-onda não tinha chão e nem força, nem ar para boiar, nem calma. Acenei para o amigo que estava comigo. Ele me levou com amor para onde as crianças de oito anos. Antes, pediu que eu ficasse com ele lá onde me resgatou. “Confia em mim!” Confio nele, claro!Mas confio mais em mim. Me percebi menos romântica, menos sonhadora, menos nuvens de algodão doce.


A necessidade que tenho hoje é de saber onde estou, para onde vou e com quem estou. Na dúvida, me finco feito jequitibazeiro de longa idade. Por hora, meus voos são em terra firme.