quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

É muita papelagem


 
 
Num fim de noite, em frente ao palco do Balcão Show Bar, meu bem Bidoca disse muito entusiasmado: “Vou te apresentar uma amiga minha!As duas vão dar certinho!Você tem que conhecer!”. Eu: “Quem é ela?”.Adivinhem só. Era a minha xará. Minha Papeleira. A amizade mais completa que eu já tive até hoje.
Não tivemos uma amizade de 20 anos. Mas os anos que tivemos juntas foram absurdamente intensos, como aqueles amores que duram um tempo na realidade,mas a eternidade para a vida toda! Quando uma não estava com a outra, a outra estava com a uma; ou fisicamente, ou em pensamento, ou ao telefone. E entre nós não existia uma ponta de malícia. Era amor de “irmãs” que se conheceram na fase “adulta”. As aspas são para explicar que essa coisa de “adultescer” não era pra gente.

A gente andava tão, tão, tão juntas, que uma dia nos disseram que só faltava o “parmegiano”.  A gente sorria, dava de ombro e continuávamos uma sentada ao lado da outra nos divertindo horrores!rs
Juntas fizemos as coisas mais loucas e sem pé, nem cabeça. E entre uma arrumação e outra ela soltava: “É muita papelagem!”.rsrsrs A gente se divertiu muito juntas!Também choramos juntas, às vezes sem saber porquê. Só pra chorar mesmo e parecer que tiramos um peso que nem sabíamos se estava ali!rsrsrs Nos aconselhávamos como se aconselha alguém saído da própria costela.

Ela despertou meu lado maternal. Matheus e Isadora passaram a ocupar um espaço gigantesco em meu coração. Para eles, tudo!Até piquenique à noite nos banquinhos do Santa Marta e guerra de bexiga d’água na quadra do condomínio. E assim como meu amor por ela não passará, por eles idem.
O bom é que sempre me declarei para ela e vice-versa. Há uns dois meses, Laryssa ligou para pedir o telefone de uma professora de espanhol para auxiliar a filha de uma amiga de trabalho. Foi a última vez que nos falamos. O que era para ser breve se estendeu por dezenas de minutos. E o tempo parou para nos abraçarmos à distância. E mais uma vez nos declaramos. Eu: “Papeleira, você sabe que eu te amo,não é?!E que eu nunca tive uma amiga tão “fechada” comigo quanto você.E que eu morro de saudade.Tu sabe,né?!”. Ela: “Ow,menina Lazinha, eu sei.Eu também sinto muito sua falta!Também te amo!Só tu mesmo!É muita papelagem”. E soltou aquela risada tão gostosa e tão dela.

Em oração, mandei um recado para ela. Para que ela siga em paz a nova jornada e que sempre olhe por nós, porque não a verei mais naquele formato de antes, mas sempre vou vê-la dentro das melhores gargalhadas, nos olhares de cumplicidade, nos ombros amigos, em momentos politicamente incorretos e nos corretos também. Eu irei vê-la nas pessoas determinadas, nas mães zelosas, nos abraços mais aconchegantes. Eu sempre vou te ver, minha Papeleira! Obrigada, Deus, por ter colocado a Papeleira em minha vida!Muito de felicidade aprendi com ela!

P.S1.:  Um dia voltando de uma confraternização da CCOM em um sítio, cantarolamos feito loucas a música Velha Infância, em função de um momento apaixonado dela. Desde aquele dia TODAS as vezes que escuto esta música lembro dela cantando sem saber,mas o tanto que sabia gritava aos quatro ventos. Era muita papelagem!rsrs
P.S2: Laryssa significa alegria.........

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