Num fim de noite, em frente ao
palco do Balcão Show Bar, meu bem Bidoca disse muito entusiasmado: “Vou te
apresentar uma amiga minha!As duas vão dar certinho!Você tem que conhecer!”.
Eu: “Quem é ela?”.Adivinhem só. Era a minha xará. Minha Papeleira. A amizade
mais completa que eu já tive até hoje.
Não tivemos uma amizade de 20
anos. Mas os anos que tivemos juntas foram absurdamente intensos, como aqueles
amores que duram um tempo na realidade,mas a eternidade para a vida toda!
Quando uma não estava com a outra, a outra estava com a uma; ou fisicamente, ou
em pensamento, ou ao telefone. E entre nós não existia uma ponta de malícia.
Era amor de “irmãs” que se conheceram na fase “adulta”. As aspas são para
explicar que essa coisa de “adultescer” não era pra gente.
A gente andava tão, tão, tão
juntas, que uma dia nos disseram que só faltava o “parmegiano”. A gente sorria, dava de ombro e continuávamos
uma sentada ao lado da outra nos divertindo horrores!rs
Juntas fizemos as coisas mais
loucas e sem pé, nem cabeça. E entre uma arrumação e outra ela soltava: “É
muita papelagem!”.rsrsrs A gente se divertiu muito juntas!Também choramos
juntas, às vezes sem saber porquê. Só pra chorar mesmo e parecer que tiramos um
peso que nem sabíamos se estava ali!rsrsrs Nos aconselhávamos como se aconselha
alguém saído da própria costela.
Ela despertou meu lado maternal. Matheus
e Isadora passaram a ocupar um espaço gigantesco em meu coração. Para eles, tudo!Até
piquenique à noite nos banquinhos do Santa Marta e guerra de bexiga d’água na
quadra do condomínio. E assim como meu amor por ela não passará, por eles idem.
O bom é que sempre me declarei para
ela e vice-versa. Há uns dois meses, Laryssa ligou para pedir o telefone de uma
professora de espanhol para auxiliar a filha de uma amiga de trabalho. Foi a
última vez que nos falamos. O que era para ser breve se estendeu por dezenas de
minutos. E o tempo parou para nos abraçarmos à distância. E mais uma vez nos
declaramos. Eu: “Papeleira, você sabe que eu te amo,não é?!E que eu nunca tive
uma amiga tão “fechada” comigo quanto você.E que eu morro de saudade.Tu
sabe,né?!”. Ela: “Ow,menina Lazinha, eu sei.Eu também sinto muito sua
falta!Também te amo!Só tu mesmo!É muita papelagem”. E soltou aquela risada tão
gostosa e tão dela.Em oração, mandei um recado para ela. Para que ela siga em paz a nova jornada e que sempre olhe por nós, porque não a verei mais naquele formato de antes, mas sempre vou vê-la dentro das melhores gargalhadas, nos olhares de cumplicidade, nos ombros amigos, em momentos politicamente incorretos e nos corretos também. Eu irei vê-la nas pessoas determinadas, nas mães zelosas, nos abraços mais aconchegantes. Eu sempre vou te ver, minha Papeleira! Obrigada, Deus, por ter colocado a Papeleira em minha vida!Muito de felicidade aprendi com ela!
P.S1.: Um dia voltando de uma
confraternização da CCOM em um sítio, cantarolamos feito loucas a música Velha
Infância, em função de um momento apaixonado dela. Desde aquele dia TODAS as
vezes que escuto esta música lembro dela cantando sem saber,mas o tanto que
sabia gritava aos quatro ventos. Era muita papelagem!rsrs
P.S2: Laryssa significa alegria.........
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