Este álbum adoçou minha vida no
momento em que nada mais me arrancaria um mísero meio riso, não fosse Deus
mandar magia musicada. Ouvia dia após dia feito remédio de horário certo e
resultado duvidoso. Era um tempo confuso, de conflito, onde só a providência
divina poderia agir. Para minha felicidade, Ele agiu muito tempo depois, mas
agiu. Tirou de mim o imenso peso que começou bem antes daquela Maria Bethânia,
mas que uma vez chegada, juntamente com meu Deus, tornou minha vida mais leve,
mais feliz e com perdão de coração. Peito aberto e sincero.
Cantava esta Bethânia com força, com
fé no meu amor apenas meu. Sei cada acorde de cada canção deste álbum de tanto
fazer uso. Me serviu tanto, que apenas eu e Deus sabemos. Fez sarar feridas
longas e profundas. Mas, de verdade, nem a duração do erro e nem a intensidade
que sofri. Nada importou. Relevante mesmo foi a leveza que passei a desfrutar.
Sempre optei por amar livremente, sem pesos, nem amarras. Não sobreviveria com
o peito manchado.
Bethânia acompanhou minha
transição. Do calvário ao renascimento. Do entendimento à atitude. Talvez,
também por isso, ela seja minha maior ídola. Sempre encho os olhos ao
vê-la.Tive ciência desta relação entre mim e a filha de dona Canô na noite
deste sábado (07.01.2017) depois de umas geladas, sentada na área da frente de
minha casa, sempre sob estrelas.
E agora voltei a me emocionar. Depois
de 24 anos, entendi o porquê de minha adoração por Maria Bethânia. Os que me
conhecem de longa data sabem deste amor, mas só agora, assim como eu, talvez
entendam o motivo.
Eternamente grata à Bethânia por
ter sido minha analista, minha diva, meu refúgio em uma época onde ninguém conseguia
entrar no meu coração, muito menos em minha mente. Ela, com seu dom, foi
dorflex, dipirona, buscopan, rivotril e dramin da minha alma.
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